Fruto de um trabalho executado em parceria entre a Klabin, a Prefeitura de Ortigueira e a Forrest do Brasil, o projeto de Controle Natural de Vetores, que se iniciou em novembro de 2020 no município, exibe seus primeiros resultados, com excelentes índices. Desenvolvido com o objetivo de erradicar o mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão de doenças como a dengue, Zika, Chikungunya, os resultados foram apresentados ao prefeito Ary Mattos, ao presidente da Câmara Marcos R. de Oliveira Matos nesta quinta-feira, 13/05.
Em 2020, a cidade de Ortigueira apresentava 120 casos de Dengue, sendo as áreas mais afetadas a Vila Gomes, o Centro e o Acampamento Maila Sabrina, distrito de Ortigueira. Após o início da implantação do projeto, o número de casos foi reduzido mesmo nos primeiros meses de 2021 para apenas três confirmações, sendo apenas um desses casos em área tratada pela Forrest. No Acampamento Maila Sabrina, não há notificações da doença e na coleta de ovos mais recente no distrito, apenas 1 % dos ovos eclodiram em larvas viáveis.
Em Ortigueira, atualmente, apenas um terço dos ovos eclodiram em larvas viáveis e a perspectiva de queda é ainda maior nas próximas semanas de projeto.
O Estado do Paraná registrou no ano de 2020 o maior número de casos de dengue do Brasil, também com o maior número de mortes. Foram 227.724 casos confirmados, segundo o Boletim Epidemiológico disponiblizado pela Secretaria de Saúde do Estado emitido em Julho do ano passado. Pelo menos 244 municípios do estado estavam em situação de epidemia.
O estudo de "Controle Natural de Vetores" é um novo método baseado na tecnologia TIE que reduz com sucesso a população de mosquitos e limita significativamente a propagação da dengue. A técnica é única no mundo, com resultado comprovado e que não agride o meio ambiente. Ela consiste na utilização do Inseto Estéril (TIE), e se baseia na soltura massiva e contínua de mosquitos machos estéreis que acasalam com as fêmeas selvagens, que colocam ovos que não eclodem, resultando na redução gradual, de mais de 90%, da população local de mosquitos.
Este estudo foi reconhecido pela comunidade científica internacional e publicado no Journal of Infectious Diseases, revista médica publicada pela Oxford University Press em nome da Sociedade de Doenças Infecciosas da América, principal referência na área.